Castro dos Castelos

Castro dos Castelos

A dois quilómetros a nascente do povoado podemos avistar um ciclópico amontoado granítico no sopé da vertente ocidental da Serra do Pisco. Acima destas enormes rochas situa-se o Castelo, Castro de Carapito, Castro dos Castelos ou simplesmente Castelos. Todas estas pedras, algumas alinhadas, outras dispersas, são os vestígios de um povoado, há muito em ruínas, e que deveria ter mais de 150 edificações. A este respeito contam-nos os carapitenses que neste sítio, conhecido como Vale dos Castelos ou Chão das Casas, erguia-se outrora o antigo Carapito. Diz a lenda que o sítio foi invadido por formigas e os habitantes tiveram de fugir, passando para a outra margem da ribeira, onde as formigas já não atacavam. “Era um flagelo muito grande, pois as mães não podiam deixar os filhos em casa, que quando voltavam eles estavam todos picados, e até roídos pelas formigas de rabo vermelho.”

Uma ruína bem delimitada é a capela, provavelmente visigótica, posterior ao povoamento castrejo, à romanização e anterior à ocupação muçulmana do século VIII. Talvez esta seja a ruína do primeiro monumento cristão em Carapito, que, no entanto continua votada ao abandono.
Existem também vestígios de sepulturas, tendo um dos exemplares cerca de um metro e meio de comprimento. Tudo leva a crer que foi mesmo aqui que nasceu a primeira povoação de Carapito. E quem sabe se até não teria outro nome?
Outra história diz que a povoação terá sido devastada pelo califa árabe Almançor, que massacrou toda a população na vizinha aldeia da Matança, de onde provém o topónimo.

Apesar de tudo, o mais credível é que, aos poucos, o povo foi-se “romanizando”, e tardiamente deixou de se dedicar apenas à pastorícia na Serra, começando a cultivar o vale mais fértil, recompensador e mais proveitoso.